quarta-feira, 16 de maio de 2012

Energia humana


É muito comum encontrar na literatura motivacional as referências distantes. Nos emocionamos quando sabemos que no outro lado do planeta uma ou outra pessoa fez algo especial.
O fascínio pelo distante, misterioso e exótico nos mobiliza.
O 5S é um dos ensinamentos que vieram de longe. No início dos anos 1990, a sua orientação no Brasil tinha ainda muito de japonês. Fiz uma palestra na Febem, em São Paulo, em que os internos pediram que eu repetisse o significado de cada S. Comecei respondendo em português: Senso de Utilização, Senso de Ordenação... quando me interromperam e pediram que falasse as palavras em japonês,  respondi com meu sotaque de Minas Gerais: Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu, Shitsuke.
Eu sabia que eles estavam envolvidos. Porém, eles não reconheceram  em cada S uma orientação para melhor aproveitamento das oportunidades de crescimento, formação profissional, de cidadania  e de ser humano. Era o exótico que lhes interessava.
De lá para cá (o que já faz mais de 10 anos), procuro mostrar que o 5S é mais do que um programa formado por palavras estranhas ao nosso vocabulário.
Com o tempo e a prática, foi fácil perceber que os cinco sensos estão relacionados ao nosso jeito de agir, de como usamos as mãos, e ao nosso jeito de ser, como lidamos com a emoção e a razão.
Se é comum a procura por orientações distantes, a resposta é encontrada dentro de cada um.
O 5S que veio de longe é um meio de prestarmos atenção a nós mesmos, meio de descobrir a energia viva com que fazemos o que nos compete fazer. Não é a solução para nossos desafios que veio do Japão. O 5S que veio do Japão é um meio, um sistema, de descobrirmos que temos a solução em nós mesmos.

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