quinta-feira, 12 de abril de 2012

Usar para não faltar

Nas tiras em quadrinhos podemos exagerar a realidade para provocar humor ou chamar atenção para algo que passa despercebido.
Na edição acima, fiz o contrário. Evitei mostrar o absurdo da realidade.
O menino que era inteligente, eu conheço. Aliás, são vários. Eram meninos de grande curiosidade e vivacidade. No entanto, educados por famílias, comunidades e escolas em que o uso da inteligência não é estimulado, perderam o potencial que tinham.
Conheço estudantes que nunca repetiram uma série na escola – para orgulho dos pais. Hoje, aos 12 anos, uns não sabem qual operação aplicar para calcular o troco na padaria, outro não sabia se fevereiro faz parte dos meses ou das semanas.
Mesmo assim, se sentem realizados, já que assistiram a todos os filmes de Harry Potter, dançam bem e fazem sucesso com as garotas.
Há uma confusão de significados e valores. Fazem parte da rede de consumo de alta tecnologia, mas não têm competência para participar da produção do que querem consumir.
A tecnologia pode fascinar o consumidor no primeiro momento. Passivo, o consumidor se cansa, cai na letargia, fica apático. Para inverter sua postura, basta mudar o foco da sua atenção. Com o Senso de Utilização, no lugar de curtir o efeito de um aparelho, pode curtir os princípios que o faz funcionar e começar a fazer perguntas, a pensar: como funciona? Como é possível? Quem fez? Como descobriu que é possível?
Quando começa a fazer estas perguntas, a pessoa, de qualquer idade, estimula sua inteligência e criatividade, começa a se inserir no lado mais fascinante da vida moderna: conhecer e produzir é melhor do que ser consumidor alienado.

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